sábado, 7 de novembro de 2009

FLUIDEZ


O que era “meu” foi-se...
Deslizou entre os meus dedos, líquidamente!!
Algumas coisas, paulatinamente ...
Outras de modo brusco, sem tempo para tentar retê-las, juntá-las!!
Caíram no chão da desilusão, da dor
O que aos poucos foi tomando posição entre os meus dedos para cair, tentei conter!
Mas eram por demais escorregadias, oleosas...
Mudava com o tempo, não havendo cor ou forma a ser analisada e, conseqüentemente, abraçada, modificada!!
Eu não podia tocá-los, era-me proibido
Assim, vi tudo cair lentamente, enquanto eu chorava, sentindo doer todo o meu corpo
Gritava no silencio de meu peito: VOLTE!!
Clamava: não se afaste de mim ou não me afaste de ti!!
Mas a liquidez era por demais imperiosa, rigorosa, pavorosa, silenciosa...
Nada adiantou...
Aconteceu, fluiu...(?)


Aurivar Fernandes Filho (06/11/2009 às 20:26h).


OBS.: Em homenagem a Bauman.

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