quarta-feira, 25 de novembro de 2009

DICA DE CINEMA: FILME 2012


Deixo como dica de cinema o filme 2012 - o qual assisti hoje!! A trama gira em torno do evento fim do mundo no ano de 2012, conforme predito pelos maias; a trama conta a história de algumas pessoas, como por exemplo um cientista, um escritor de um livro, líderes do mundo e um bilionário que lutam pela sobrevivência, enfrentando os desastres e fenômenos climáticos que puseram o mundo em total desordem e caos - em função de um superaquecimento global.

O filme retrata os bastidores e as questões políticas que envolvem grandes acontecimentos como este, os quais muitas vezes não são expostos às pessoas. Além disso, revela a ganância em torno do poder e dinheiro que mata e corrompe bons costumes e, mais ainda, desvaloriza o próximo - vida de milhares de pessoas, tornando-as sem valor.

Entretanto, o mesmo contrapõe essa visão, abordando valores esquecidos por nós, ou ainda, atitudes e comportamentos corriqueiros e muitas vezes esquecidos, como ligar para alguém que não se vê há tempos (filho, pai, amigos), a importância do dizer EU TE AMO, o preocupar-se com o próximo, valorização do humano e espiritualidade, perdão, resgatar aquilo que foi perdido, etc.

O final do filme, resgata a união entre as pessoas com um belo pôr-do-sol e a visão de um mundo melhor a ser reconstruído.

Indico-o como uma reflexão sobre nossa posição frente às questões políticas, ambientais e sociais e sobre nós mesmos como seres humanos.


A vida é bela!!



terça-feira, 24 de novembro de 2009

AS CONTRADIÇÕES DO CORPO


Meu corpo não é meu corpo, é ilusão de outro ser

Sabe a arte de esconder-me

e é de tal modo sagaz,

que a mim de mim ele oculta.

Meu corpo, não meu agente, meu envelope selado,

meu revólver de assustar, tornou-se meu carcereiro,

me sabe mais que sei.

Meu corpo apaga a lembrança que eu tinha de minha mente.

Inocula-me seu patos, me ataca, fere e condena por crimes não cometidos

O seu ardil mais diabólico está em fazer-se doente.

Joga-me o peso dos males que ele tece a cada instante

e me passa em revulsão.

Meu corpo inventou a dor a fim de torná -la interna,

integrante do meu Id´

ofuscadora da luz que aí tentava espalhar-se.

Outras vezes se diverte sem que eu saiba ou que deseje,

e nesse prazer maligno, que suas células impregna,

do meu mutimo escarnece.

Meu corpo ordena que eu saia em busca do que não quero,

e me nega, ao se afirmar como senhor do meu EU

convertido em cão servil

Meu prazer mais refinado, não sou eu quem vai senti-lo.

É ele, por mim, repace, e dá mastigados restos à minha fome absoluta.

Se tento dele afastar-me, por abstração ignorá-lo,

volta a mim com todo o peso de sua carne poluída, seu tédio, seu desconforto.

Quero romper com meu corpo, quero enfrentá-lo, acusá-lo, por abolir minha essência,

mas ele sequer me escuta e vai pelo rumo oposto.

Já premido por seu pulso de inquebrantável rigor,

não sou mais quem dantes era: com volúpia dirigida, saio a bailar com meu corpo.


(Drummond)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

NAILLI


Eu naveguei nos teus olhos...

Seu sorriso me encantou!!

Beijei tua boca e entrei em êxtase!!!

Percorri minhas mãos em teu corpo,

Passei minhas mãos entre seus cabelos...

Nossos corpos estavam colados

Suados, sedentos

Roçavam e desejavam-se...

Uma troca intensa de desejos...

Um emaranhado de línguas,

De mãos,

Carinhos,

Entregas,

As sensações eram incontroláveis,

Uma nova aventura para você e para mim!!

Porém, enquanto nossos olhos fechavam podíamos não só sentirmo-nos mais,

Mais do que isso, ver a clareza do porvir

E da possibilidade de surgir um NÓS!!




Aurivar Fernandes Filho (16/11/2009) às 18:12h.

COLÓQUIO: O Contexto do Negro no Brasil





Recebi um email do meu amigo Márcio Bess e partilho com os leitores com a finalidade divulgar o Colóquio: O Contexto do Negro no Brasil”, que se realizará no salão principal da Biblioteca Henrique da Silva Pontes do Instituto Estadual de Educação. Tal evento acontecerá no dia 19/11/2009 às 19h. O evento tem por finalidade promover reflexões e questionamentos sobre o tema em pauta. Assim, a agenda contará com as seguintes discussões e convidados:



O NEGRO NA MÍDIA: ESTEREÓTIPOS E CONVENÇÕES.
SÔNIA R. LAMEGO LINO – IFSC

AS COTAS NA UNIVERSIDADE
SILVIO SERAFIM – UFSC

O IEE E AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS
VENDELIN SANTOS BORGUEZON - IEE

O NEGRO NA POLÍTICA
MÁRCIO DE SOUZA – IEE

O NEGRO NA EDUCAÇÃO: FORMAÇÃO DE PROFESSORES.
NELI GÓES RIBEIRO – UDESC

A TEMÁTICA AFRO NA ARTE: CONSIDERAÇÕES E RELATOS
BANDEIRAS

O NEGRO NO ESPORTE.
MILTON COSTA DE CASTRO – IEE

A MULHER NEGRA E A COMUNIDADE: RELATOS, INADAÇÕES E CONCLUSÕES.
ELIZABETE CECÍLIA FARIAS - IEE







Participe: o evento é gratuito!!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

ARTE DO CORPO (BODY ART)

"Quero usar o meu corpo como material e manipulá-lo"
Bruce Nauman (1970)



A arte do corpo ou body art, pode ser conceituada como um novo modo de produzir a arte tomando como matéria o próprio corpo, intitulado como arte contemporânea, usa-se suor, saliva, sangue, esperma e outros fluídos como forma de representar a materialidade do corpo. Faz um regresso ao trabalho pioneiro dos surrealistas e dadaístas com o uso do corpo do artista - como matéria da obra; além disso, reedita algumas práticas utilizadas por sociedades "primitivas", como por exemplo: pinturas corporais, tatuagens e inscrições diversas sobre o corpo.
Tal arte popularizou-se em 1960, tendo como referência encontradas no início do séc.I, com o mesma premissa de Marcel Duchamp, na qual "tudo pode ser usado como uma obra de arte" - incluindo o corpo. Outros artistas podem ser considerados também como precursores, como o francês Yves Klein (usava corpos femininos como "pincéis vivos"), o americano Vito Acconci e, ainda, o italiano Piero Manzoni.
As obras são um convite à reflexão, pois servem igualmente como uma crítica ao "tecnologismo" da atualidade e à inserção de novos atores sociais como: negros, homossexuais, mulheres, etc.
Alguns dos principais artistas dessa arte, são:


Bob Flanagan;
Bruce Nauman;
Marina Abramovic;
Yves Klein;
Etc.




Segue abaixo, várias manifestações do tema em questão e que estas possam servir como reflexão e questionamentos a respeito da utilização do corpo:







sábado, 7 de novembro de 2009

O CORPO NO SEXO


Corpos cobertos
Corpos nus
Corpos que se entregam
Deliram
Movem
Excitam-se
Possuem-se
Agarram-se
Grudam
Transpiram
Enrijecem
Tensionam
Deliram novamente
Gemem
Gozam
Cansam
Descansam
Satisfazem-se?
Reiniciam...

Aurivar Fernandes Filho (06/11/2009 às 20:32h).

FLUIDEZ


O que era “meu” foi-se...
Deslizou entre os meus dedos, líquidamente!!
Algumas coisas, paulatinamente ...
Outras de modo brusco, sem tempo para tentar retê-las, juntá-las!!
Caíram no chão da desilusão, da dor
O que aos poucos foi tomando posição entre os meus dedos para cair, tentei conter!
Mas eram por demais escorregadias, oleosas...
Mudava com o tempo, não havendo cor ou forma a ser analisada e, conseqüentemente, abraçada, modificada!!
Eu não podia tocá-los, era-me proibido
Assim, vi tudo cair lentamente, enquanto eu chorava, sentindo doer todo o meu corpo
Gritava no silencio de meu peito: VOLTE!!
Clamava: não se afaste de mim ou não me afaste de ti!!
Mas a liquidez era por demais imperiosa, rigorosa, pavorosa, silenciosa...
Nada adiantou...
Aconteceu, fluiu...(?)


Aurivar Fernandes Filho (06/11/2009 às 20:26h).


OBS.: Em homenagem a Bauman.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

REPRESENTAÇÕES DO MASCULINO



Deixo como uma ótima dica para aqueles que se interessam pelo tema MASCULINIDADE, o livro REPRESENTAÇÔES DO MASCULINO dos autores Francisco de Oliveira e Maria Inês Ghilardi-Lucena (2008).



Felizmente deparei-me com este compêndio durante minhas pesquisas para a produção de minha monografia da graduação de psicologia e foi de muito bom proveito. O referido livro compõe trabalhos de vários pesquisadores, dentre eles: brasileiros , peruanos e portugueses; abarcando temas que dividem-se em: gênero masculino e mídia, gênero masculino e literatura, além de gênero masculino e sociedade, explorando de forma espetacular o lugar do masculino na atualidade e no passado.



A primeira parte - GÊNERO MASCULINO E MÍDIA -aborda as mudanças ocorridas no homem em função das relações de gênero e o movimento feminista, perpessando temas como pós-modernidade, machismo e o estudo de gênero; mais ainda, as representações do masculino nas capas de revista e o modo como o homem é retratado na mída - aqui inclui-se também as novelas e o metrossexual.




A segunda parte: GÊNERO MASCULINO E LITERATURA, os autores fazem uma leitura da masculinidade e gênero sob égide de grandes personagens da literatura, como por exemplo Neoptólemo; uma leitura de Sêneca e seus personagens, dentre outros; além da masculinidade e pós-modernidade.




A terceira e última parte, denominada: GÊNERO MASCULINO E SOCIEDADE, expõe a questão da masculinidade na Pólis Ateniense, o universo masculino e o vencer, a paternidade, as representações da masculinidade gaúcha e o trote universitário sob a ótica de gênero.


Uma ótima leitura sobre gênero e principalmente a respeito da respresentação da masculinidade da atualidade, com uma boa caminhada pela mídia, literatura e as questões que envolvem o universo masculino na atualidade!!!!


BOA LEITURA E APRENDIZADO!!





quinta-feira, 5 de novembro de 2009

SAÚDE DO HOMEM EM PAUTA

O Ministério da Saúde está vinculando na mídia uma vinheta sobre a importância da saúde masculina, em função dos descuidos e negligência dos mesmos quanto à busca de auxílio médico e serviços de saúde. O assunto vem sendo estudado e pesquisado pela academia (GOMES, 2003; BRAZ, 2005; SCHRAIBER, GOMES, COUTO, 2005; SOUZA, 2005; GOMES, NASCIMENTO, 2006. GOMES, NASCIMENTO, ARAÚJO, 2007) com o intuito de alertar os próprios homens e o governo para tal tema e a conseqüente relação existente entre a masculinidade e/ou o homem e a negligência com a saúde.
Alguns autores (GOMES, 2003; SOUZA, 2005) iniciam a discussão trazendo a questão da constituição da subjetividade masculina e as questões ligadas ao próprio gênero. Mais do que isso, trazem como exemplos, o comportamento dos homens e a maneira como os meninos são socializados desde a infância em aspectos como emoção - exclusão de sentimentos-, virilidade - dureza, mostra-se forte sempre -, invulnerabilidade, etc., podendo estar relacionada a uma necessidade do cuidar de si - movimento desconsiderado no mundo masculino -, conforme trazido pelos autores, principalmente no que tange à busca dos homens pela masculinidade hegemônica - impossível de ser alcançada.
Ainda como ponto a respeito dessa pouca atenção pelos homens na procura por serviços de saúde GOMES, NASCIMENTO, ARAÚJO (2007, p.568) numa pesquisa realizada com 28 homens, dentre eles homens de baixa escolaridade e nível superior, descrevem que "As explicações elaboradas pelos entrevistados giram em torno de um único eixo estruturante: papéis a serem desempenhados para que se ateste a identidade de ser masculino. Nesse sentido, a procura por serviços de saúde se encontra intimamente relacionada ao que se entende por ser homem." Outros pontos abordados nessa mesma pesquisa, conforme trazidos pelos homens foi o medo de descobrir serem portadores de uma doença grave e por conta disso protegem-se; além da exibição de seus corpos, etc.
Com relação ao assunto em pauta, Laureti (1998 apud Schraiber et. al., 2005, p. 10) declara sobre os problemas relacionados ao câncer de pulmão e da próstata. No tocante ao câncer de pulmão, salienta que as implicações por não procurarem auxilio médico nessa área quanto ao consumo de cigarro é decorrente pela maior procura dos homens ao mesmo e, mais ainda, "o enfoque de gênero quanto ao câncer de próstata representaria uma contribuição importante no entendimento das barreiras culturais dos homens, ao mesmo tempo em que subsidiaria a formulação de programas e campanhas melhores".
Percebe-se então uma forte relação entre a questão da socialização masculina e a desonsideração quanto à busca dos serviços de saúde para uma melhor qualidade de vida, mais ainda, uma conscientização relacionada aos seus hábitos de vida e a relação com seu corpo; a necessidade maior de pesquisas sobre o assunto e programas de conscientização para os homens, haja vista, a própria vinheta - exposta abaixo - demonstrar uma preocupação do Ministério da Saúde para com o assunto e, um alerta para que nós homens preocupemo-nos e busquemos os serviços de saúde para vivermos por mais tempo e melhor, ao refletir sobre os números apontados na mesma e a realidade da questão.
REFERÊNCIAS:
BRAZ, Marlene. A construção da subjetividade masculina e seu impacto sobre a saúde do homem: reflexão bioética sobre justiça distributiva. Ciênc. saúde coletiva vol.10 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2005. Disponível em: <http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S1413-81232005000100016&script=sci_arttext>. Acesso em 05 nov. 2009.
ROMEU, Gomes. Sexualidade masculina e saúde do homem: proposta para uma discussão. Ciênc. saúde coletiva vol.8 no.3 São Paulo 2003. Disponível em; <http://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S1413-81232003000300017&script=sci_arttext>. Acesso em 05 nov. 2009.

ROMEU, Gomes; NASCIMENTO, Elaine Ferreira do. A produção do conhecimento da saúde pública sobre a relação homem-saúde: uma revisão bibliográfica. Cad. Saúde Pública vol.22 no.5 Rio de Janeiro May 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2006000500003&script=sci_arttext&tlng=pt >. Acesso em 05 nov. 2009.

ROMEU, Gomes; NASCIMENTO, Elaine Ferreira do;ARAUJO, Fábio Carvalho de. Por que os homens buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa escolaridade e homens com ensino superior. Cad. Saúde Pública [online]. 2007, vol.23, n.3, pp. 565-574. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2007000300015&script=sci_abstract&tlng=pt >. Acesso em 05 nov. 2009.
SCHRAIBER, Lília Blima;GOMES, Romeu; COUTO, Márcia Thereza. Homens e saúde na pauta da Saúde Coletiva. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2005, vol.10, n.1, pp. 7-17. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-81232005000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em 05 nov. 2009.
SOUZA, Edinilsa Ramos de. Masculinidade e violência no Brasil: contribuições para a reflexão no campo da saúde. Ciênc. saúde coletiva vol.10 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232005000100012&script=sci_arttext&tlng=pt >. Acesso em 05 nov. 2009.

Aurivar Fernandes Filho (05/11/2009).

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

INSÔNIA


São 3:59h da manhã...

Não consigo dormir,

Então decidir ouvir música...que cantor?

Vanessa da Mata, cantando CASE-SE COMIGO!!

Eu lembrei de você... de nós dois!!

Sabe...tenho sonhado contigo todos esses dias, mesmo sem querer!!!

Essa música me lembra outra, outra que liga-se aquele momento e mais aquele outro, enfim...

Lembranças...momentos que nos marcaram e que ficaram agora no passado e em nossos corações!!

Penso se pensas em mim, se sentes saudade...
Mas espero que estejas dormindo!! Descanse...
Ainda consigo te ver na cama, com o sono dos justos...

Boa noite...

Ainda te amo!!
Aurivar Fernandes Filho (03/11/2009) às 04:06h.

DIGA NÃO AO ATO MÉDICO - URGENTE!!!!


VENHO POR MEIO DESSE COMENTÁRIO, CONVIDAR A TODOS: SOCIEDADE, ESTUDANTES E PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE A DEMONSTRAREM SEU "REPÚDIO" QUANTO AO ATO MÉDICO - MOVIMENTO LEVANTANDO PELA CLASSE MÉDICA.
O ATO AFRONTA E RETALHA OS DIREITOS ADQUIRIDOS E TAMBÉM RESPALDADOS PELAS RESPECTIVAS LEIS REGULAMENTADORAS, POIS ABARCA SOMENTE OS INTERESSES DA CLASSE MÉDICA E NÃO O DA SOCIEDADE BRASILEIRA COMO UM TODO.
O PROJETO JÁ FOI APROVADO NA CÂMARA E AGORA VAI PARA O SENADO. CONVIDO A TODOS A ACESSAREM O LINK ABAIXO, PRENCHEREM OS CAMPOS NECESSÁRIOS E VOTAR CONTRA A SUBMISSÃO DA CATEGORIA DA SAÚDE À CLASSE MÉDICA:





REPUDIE TAMBÉM!!!!!!

REFLEXÃO




“Nossas feridas do corpo, eventualmente, fecham e cicatrizam. Mas há sempre
feridas escondidas, aquelas do coração, e se você sabe como aceitar e suportá-las,
você descobrirá a dor e a alegria que é impossível expressar com palavras. Você conquistará o domínio da poesia que só o corpo pode expressar".



Kazuo Ono

domingo, 1 de novembro de 2009

CORPOS PINTADOS: TELAS HUMANAS

































PALESTRA: ARQUEOLOGIA DOS PRAZERES


A FURB promove gratuitamente, no dia 30 de novembro às 19h no Auditório do Bloco J , a Palesta: Arqueologia dos Prazeres. O palestrante será Fernando José de Santoro Moreira, doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1998. Realizou um pós-doutorado em Filosofia na Universidade de Paris IV em 2000. Atualmente é Professor Adjunto III da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Publicou também 20 artigos em periódicos especializados e 28 trabalhos em anais de eventos. Atua na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia Antiga.


Participe e divulgue!


Fonte: Blogg Clio no Cio



CASCAES EM TRÂNSITO




Desde o dia 16 de outubro até 14 de novembro, o Terminal de Integração do Centro de Florianópolis (TICEN) recebe o projeto Cascaes em Trânsito. Tive a oportunidade de me aproximar das reproduções de suas obras e ler qual método ele utilizava para mostrar sua admiriação pela cultura da cidade de Florianópolis. Percebi que muitas pessoas nem olhavam para as grandes reproduções e nem sequer tinham a curiosidade de ler e/ou aprender um pouco mais sobre sua própria história.


Porém, digo que é uma ótima oportunidade para entrar em contato com a cultura da ilha por meio do artista Franklin Cascaes, pois o projeto conta com 32 reproduções de esculturas, 26 desenhos, 10 manuscritos, exibição de quatro filmes sobre ele e sua obra, oficina e aulas de desenho, cinco shows musicais em diferentes pontos da cidade e 16 apresentações teatrais que se somarão às interferências como distribuição de panfletos com benzeduras, simpatias e histórias dos escritos de Cascaes.


Tal programação realiza-se em homenagem aos 101 anos de nascimento de Franklin Joaquim Cascaes (1908-1983) - daí o nome Cascaes 100+1.








História de Franklin Cascaes:








Cascaes retratou por meio da escrita, desenho, escultura e artesanato a Ilha do Desterro, com uma percepção apaixonada e sensível, capaz de captar, absorver e interpretar o que estava diante dos olhos e o que lhe chegava aos ouvidos. A vida do folclorista se confunde com a própria cultura das comunidades litorâneas catarinenses.


Desde criança circulava nos engenhos de farinha, ouvia histórias dos pescadores e confeccionava utilitários, como balaios e louças de barro. Foi descoberto pelo professor Cid Rocha Amaral, diretor da Escola de Aprendizes e Artífices de SC, aos 21 anos, esculpindo na praia de Itaguaçu. Os primeiros registros artísticos de Cascaes são de 1946, quando tinha 38 anos.


O saber fazer, procissões, pesca , lavoura, causos, folguedo, cantorias noturnas, religiosidade, brincadeiras, lendas, literatura oral, enfim, todo o fabulário popular da ilha fez parte do seu dia-a-dia e tornou-se objeto de pesquisa e estudo para o artista. Seus cadernos de anotação eram diários de campo, onde coletava desde receitas até crenças e rezas populares, subvertendo os modelos acadêmicos de pesquisa.


Diferentes aspectos da vida cotidiana do imigrante e seus descendentes, suas formas de organização social, subsistência, natureza e imaginário foram registrados. Cascaes queria divulgar a cultura açoriana para as próximas gerações e principalmente, para seus próprios protagonistas, chamados de "colonos anfíbios", por lidar com terra e mar.


O calendário cultural da cidade e o caráter religioso das manifestações populares criava um universo de sincretismo onde sagrado e profano conviviam. Tanto as festas de padroeiros quanto as rezas bravas pra afastar bruxas interessavam o folclorista. As histórias dos seres fantásticos presentes no folclore catarinense, como bruxas, lobisomem, vampiros e assombração, resultaram no realismo fantástico ilhéu. Logo, Florianópolis passou a ser conhecida como ilha de Cascaes, da magia ou das bruxas. "


Seu Francolino", como era carinhosamente chamado, passava temporadas imerso em comunidades de pescadores e pequenos agricultores ouvindo estórias, com um o interesse quase antropológico em desvendar a identidade daquela cultura. Depois de muitas anotações e desenhos em nanquim, organizava uma exposição com o que havia produzido sobre o cotidiano da comunidade, devolvendo para aquele espaço o que foi com ele compartilhado.


— Franklin Cascaes é um fenômeno , até hoje imcompreendido. Ele registrou o folclore vivaz e a alma da nossa gente. Tinha uma fala muito intensa com os trabalhadores e conhecia o calendário cultural das comunidades, onde tudo era feito com muita fé e alegria, cantorias e comilança. Foi criado nesse meio, era também um portador dessa cultura — comenta Gelci José Coelho, o Peninha, ex-diretor do Museu Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina(Ufsc) e maior pesquisador da vida e obra do artista.


Personagens do cenário insular, do manezinho às figuras políticas, foram moldados em argila. Pequenas esculturas de bruxas, reproduziam as descrições dos antigos moradores do interior. Essas histórias, causos e conhecimentos, que eram repassados de boca à boca, transformavam-se em arte.


O olhar atento de Franklin Cascaes teve uma importância política fundamental. O artista dedicou toda a vida para registrar as lendas, histórias e costumes, pressentindo angustiado a perda dos traços culturais das comunidades litorâneas, com os ventos da modernidade.