Final de semana tive a oportunidade de assistir o filme brasileiro: Do começo ao fim de Aluízio Abranches; conta com grandes nomes da TV brasileira, como : Fábio Assunção, Louise Cardoso, Julia Lemmertz, e atores mais novos como Rafael Cardoso e João Gabriel Vasconcellos.
O mesmo trata da história de dois irmãos (pais diferentes) que desde a infância demonstram uma grande afinidade e/ou relação fraternal. Entretanto, seus pais observam que a amizade entre eles é atípica, porém, não demonstram nenhuma atitude de repulsa ou contrária a mesma. Após a morte da mãe de ambos (agora mais velhos) o despertar do amor e desejos chega ao ápice; descobrem seus corpos, olham-se nús, beijam-se e fazem sexo.
A partir desse momento, começam a morar sozinhos e iniciam uma intensa história de amor. Dormem e saem juntos, além de apoiarem-se um ao outro. Contudo, um dos dois (aqui interpretado pelo ator Rafel Cardoso) necessita ir para Rússia treinar para a seleção por um período de 3 anos, em detrimento de melhores condições voltadas para a natação e isso torna angustiante a primeira separação dos dois. Apesar de grandes desencontros, solidão, choros e desequilíbrios, o final mostra os dois encontrando-se na Rússia, pois não suportaram a saudade e a distância.
O filme em questão, foi anunciado há algum tempo pela mídia, mas, sofreu alguns entraves para a exibição em âmbito nacional. Após verificar o enredo e as cenas, percebi que grande parte do enredo, volta-se para mostrar a quebra de grandes paradigmas, dentre eles: relação entre irmãos, masculinidade, sexualidade, emoção, a nudez masculina e porque não dizer o beijo entre homens no cinema nacional de forma explícita. Mesmo assim, o filme traduz uma outra concepção de amor entre homens: fidelidade, amor, equilibrio na relação (nisso pode-se incluir a sexualidade monogâmica), troca de presentes, etc; tudo aquilo que pensa-se ser do universo exclusivo do mundo heterocêntrico - como diz minha professora Mirella.
Deixo como uma ótima dica, para aqueles que desejam observar o amor sob a ótica homossexual, porém sem baixarias - como normalmente é rotulada a homossexualidade -, com muito carinho e respeito pelo outro, com uma pitada de ciúmes e descontrole dos corpos -desejos-mas com o compromisso em mente e a fidelidade - como lembrança- permeando a relação.
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